quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O que te emociona?

   Difícil descrever a emoção não é? É uma coisa que acontece no teu íntimo mas que se reflete de uma forma estranha, dá vontade de chorar as vezes, outras causa espanto, te faz sentir feliz, causa tristeza ou estranheza. O caso é que a emoção nos faz viver com uma intensidade maior. Se algo te emociona, aquilo não "passa batido". Você para para observar e outras vezes para agir. A pintura me emociona, tanto o ato de pintar, de pegar um pedaço de tecido branco e através da cor dar vida, como também observar a pintura. Quero compartilhar aqui algumas poucas das muitas que me emocionam.




  Paisagem Paranaense de Theodoro de Bona.Óleo sobre tela. Sem data. Me emociona a cerca de madeira, os campos, o tipo de vegetação. Me faz lembrar minha infância, Me emociona ver como ele pintou. Há pequenos espaços brancos, posso ver a rapidez e a certeza da pincelada. Posso ver a segurança do que ele pretendia em cada cor.






  Indo um pouco mais longe, no Museu d'Orsay, encontra-se e tela "Os raspadores de assoalho" de Gustave Caillebotte, de 1875. A obra é grande, 102 cm x 146,5 cm e está em uma parede logo a entrada da sala dos impressionistas. O que me emociona nesta tela, são os reflexos, a maneira como o assoalho adquire vários tons de azuis os pontos de luz, o equilíbrio entre as linhas retas do assoalho e da parede em contraste com as linhas curvas da sacada e dos corpos. Causa sim um certo espanto e estranheza.







  Me emociona também a escultura de Bernini. Como pode uma pedra ser tão macia? "O rapto de Proserpina" de Gian Lorenzo Bernini. Mármore. 1621 - 1622.





  Talvez somente aqueles que já trabalharam com muitos verdes na mesma tela saibam apreciar a beleza desta obra de Joseph Paquet. "Cruzamento em Bubbling Springs". Óleo sobre tela, 61 cm por 76 cm. Me emociona a simplicidade da composição e a maestria na execução. Ainda poderia citar muitas obras aqui e acho que o farei em breve em um novo post, mas vejam que ideia legal teve o Museu Rijksmuseum de Amsterdã. Este museu está pedindo que os visitantes parem de fotografar as obras mas, que ao invés as desenhe. Para tanto disponibiliza lápis e papel para os todos os interessados, com isso eles querem que os visitantes entrem em contato verdadeiramente com a beleza das obras.

domingo, 1 de novembro de 2015

Essa eu não podia deixar passar

No meio artístico há este debate sobre arte contemporânea e no meu ponto de vista este nome, ARTE CONTEMPORÂNEA, é absolutamente inconveniente. A definição de contemporâneo é o que ou aquele que é do mesmo tempo, da mesma época em que vivemos. Assim sendo, Leonardo da Vinci fez arte contemporânea, assim como Vincent van Gogh e sim eu também, faço arte contemporânea, embora não pareça, pois por incrível que seja por não usar suportes ou materiais inusitados ou por não defender uma ideia intelectualizada não me encaixo neste rótulo. Vou fechar a questão com esta frase de João Carlos Lopes dos Santos. "Não é a obra de arte que tem que parecer contemporânea, são os artistas que tem que ter o coração contemporâneo e a cabeça na atualidade."   Conversando aqui e ali vejo que as pessoas querem admirar a arte como algo que poucos conseguem executar, algo que exige habilidades específicas em talhar, desenhar, colar, pintar e aliado a isso um olhar sensível, porém sentem-se distantes desta arte apresentada por aí e acabam deixando de frequentar galerias e museus para não passarem por ignorantes. Que pena! Já em 29.12.2001 o poeta e escritor mineiro Affonso Romano de Sant'Anna escreveu uma crônica Arte:Equívoco Alarmante publicado no O Globo: "Sobretudo nas 'artes plásticas', nos últimos anos tornou-se evidente um fosso entre o público e as obras apresentadas como artísticas."


Pois bem aconteceu recentemente na Itália. O pessoal da limpeza não entendeu que se tratava de uma instalação e confundiu a obra de arte "Onde vamos dançar esta noite?" com lixo. Você já pode imaginar onde tudo isso foi parar não é? Obra exposta no Museu de Arte Contemporânea de Bolzano - Itália.






Somente uma pequena reflexão sobre um tema abrangente.