quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Só uma gotinha no oceano

Sabe o ditado, "É melhor dar do que receber", é verdade não é? E as vezes um gesto pequeno de uma parte representa muito para quem recebe. AMAS - "Associação Menonita de Assistência Social" é uma entidade beneficente que através do trabalho realizado nas seis creches muda a realidade das crianças e famílias envolvidas. Atende aproximadamente 1.000 crianças e conta com a ajuda de outras mil pessoas talvez. De perto e de longe tem mãos que se dispõem a mudar a realidade das vidas envolvidas na AMAS. Algumas senhoras organizam bazares, outras costuram roupas para as crianças, tem outros que disponibilizam seu tempo para ouvir e aconselhar as vezes as crianças e as vezes familiares. Há aqueles que se reúnem no conselho administrativo para manter todas as contas em ordem e ainda outros de longe, de diversos países apadrinham alguma criança. Muitas e muitas pessoas já se envolveram com este trabalho e recentemente foi realizado um momento comemorativo pelos 45 anos de existência deste projeto. Para tanto fui convidada a fazer um desenho que representasse este momento. O desenho foi impresso em placas de cerâmica e presentado a várias pessoas que se envolveram nestes 45 anos. Minha ajuda foi só uma gotinha neste oceano de bondade, mas fiquei feliz em poder ajudar. Para conhecer mais sobre este projeto, por favor acesse:  http://www.amasbrasil.org.br/


Assim ficou o resultado final. Fiz um desenho a grafite em papel e posteriormente este foi impresso e emoldurado. As crianças em primeiro plano representam a razão deste trabalho, a casa é a imagem da primeira creche que está localizada em Palmeira e a árvore é um pinheiro, o que simboliza o estado do Paraná onde se encontram as seis creches.




Aqui alguns dos fundadores, agora já com cabelos brancos mas com o mesmo amor pela causa que tinham a 45 anos atrás. Outros são os que estão na liderança agora.










Esta é a brava gente de uma das creches. AMAS _ SERVIR COM O AMOR DE CRISTO.






sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Caiu a Ficha

Um domingo desses fui visitar o MON, Museu Oscar Niemayer. Queria ver principalmente a Bienal. Encontrei lá uma amiga, a Nadiane, formada como designer de produtos. Dias depois estávamos conversando e aí surgiu o assunto Bienal. Comentei que havia ficado um tempão na fila para ver uma determinada obra. "E aí, o que você achou"? me perguntou a Nadiane. "Humm, achei que aquela obra está mais para experiência científica do que para obra de arte". "Ah! eu gostei,  entendo que hoje as pessoas não querem mais somente ficar observando uma obra de arte, querem fazer parte dela." Sabe quando cai a ficha? Então, a minha ficha caiu. Entendi então o que acontece quando vou pintar ao ar livre no Parque Barigui. Frequentemente ouço a pergunta. "Posso tirar uma foto?" Achei estranho mesmo quando vi um rapaz fazendo uma selfie comigo ao fundo, me achei meio com cara de atração turística. Mas deixando isto de lado, recebi tantos elogios, pessoas me dizendo que o dia delas foi diferente simplesmente por ter visto uma cena tão inusitada. Outros dizendo que parece que entraram em um filme  e ainda outras parando para conversar simplesmente. E aqui estão fotos de pessoas que passaram por lá e registraram.




Então, quem sai ganhando mais? Eu me sinto super feliz por ser reconhecida.






Na foto até parece que estou sozinha,  que tenho todo o parque só pra mim. Só parece, de repente ouço um "com licença, posso tirar uma foto?" (foto de Marlyn Tows)




Aqui conheci uma senhora que canta ópera e no momento ela estava me mostrando um vídeo de celular onde ela estava cantando. Amo música e saí ganhando novamente. (Foto de Marlyn Tows e foto abaixo de Thais Amorim.)



Sim,  agora entendi o que acontece, as pessoas que me veem pintando tão de bem com a vida, se sentem parte da obra. Elas melhoram o meu dia e eu melhoro o dia delas. Tudo de bom.






quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O que te emociona?

   Difícil descrever a emoção não é? É uma coisa que acontece no teu íntimo mas que se reflete de uma forma estranha, dá vontade de chorar as vezes, outras causa espanto, te faz sentir feliz, causa tristeza ou estranheza. O caso é que a emoção nos faz viver com uma intensidade maior. Se algo te emociona, aquilo não "passa batido". Você para para observar e outras vezes para agir. A pintura me emociona, tanto o ato de pintar, de pegar um pedaço de tecido branco e através da cor dar vida, como também observar a pintura. Quero compartilhar aqui algumas poucas das muitas que me emocionam.




  Paisagem Paranaense de Theodoro de Bona.Óleo sobre tela. Sem data. Me emociona a cerca de madeira, os campos, o tipo de vegetação. Me faz lembrar minha infância, Me emociona ver como ele pintou. Há pequenos espaços brancos, posso ver a rapidez e a certeza da pincelada. Posso ver a segurança do que ele pretendia em cada cor.






  Indo um pouco mais longe, no Museu d'Orsay, encontra-se e tela "Os raspadores de assoalho" de Gustave Caillebotte, de 1875. A obra é grande, 102 cm x 146,5 cm e está em uma parede logo a entrada da sala dos impressionistas. O que me emociona nesta tela, são os reflexos, a maneira como o assoalho adquire vários tons de azuis os pontos de luz, o equilíbrio entre as linhas retas do assoalho e da parede em contraste com as linhas curvas da sacada e dos corpos. Causa sim um certo espanto e estranheza.







  Me emociona também a escultura de Bernini. Como pode uma pedra ser tão macia? "O rapto de Proserpina" de Gian Lorenzo Bernini. Mármore. 1621 - 1622.





  Talvez somente aqueles que já trabalharam com muitos verdes na mesma tela saibam apreciar a beleza desta obra de Joseph Paquet. "Cruzamento em Bubbling Springs". Óleo sobre tela, 61 cm por 76 cm. Me emociona a simplicidade da composição e a maestria na execução. Ainda poderia citar muitas obras aqui e acho que o farei em breve em um novo post, mas vejam que ideia legal teve o Museu Rijksmuseum de Amsterdã. Este museu está pedindo que os visitantes parem de fotografar as obras mas, que ao invés as desenhe. Para tanto disponibiliza lápis e papel para os todos os interessados, com isso eles querem que os visitantes entrem em contato verdadeiramente com a beleza das obras.

domingo, 1 de novembro de 2015

Essa eu não podia deixar passar

No meio artístico há este debate sobre arte contemporânea e no meu ponto de vista este nome, ARTE CONTEMPORÂNEA, é absolutamente inconveniente. A definição de contemporâneo é o que ou aquele que é do mesmo tempo, da mesma época em que vivemos. Assim sendo, Leonardo da Vinci fez arte contemporânea, assim como Vincent van Gogh e sim eu também, faço arte contemporânea, embora não pareça, pois por incrível que seja por não usar suportes ou materiais inusitados ou por não defender uma ideia intelectualizada não me encaixo neste rótulo. Vou fechar a questão com esta frase de João Carlos Lopes dos Santos. "Não é a obra de arte que tem que parecer contemporânea, são os artistas que tem que ter o coração contemporâneo e a cabeça na atualidade."   Conversando aqui e ali vejo que as pessoas querem admirar a arte como algo que poucos conseguem executar, algo que exige habilidades específicas em talhar, desenhar, colar, pintar e aliado a isso um olhar sensível, porém sentem-se distantes desta arte apresentada por aí e acabam deixando de frequentar galerias e museus para não passarem por ignorantes. Que pena! Já em 29.12.2001 o poeta e escritor mineiro Affonso Romano de Sant'Anna escreveu uma crônica Arte:Equívoco Alarmante publicado no O Globo: "Sobretudo nas 'artes plásticas', nos últimos anos tornou-se evidente um fosso entre o público e as obras apresentadas como artísticas."


Pois bem aconteceu recentemente na Itália. O pessoal da limpeza não entendeu que se tratava de uma instalação e confundiu a obra de arte "Onde vamos dançar esta noite?" com lixo. Você já pode imaginar onde tudo isso foi parar não é? Obra exposta no Museu de Arte Contemporânea de Bolzano - Itália.






Somente uma pequena reflexão sobre um tema abrangente.




segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Lembrando o tempo da "BELAS"

Uma coisa puxa a outra..... enquanto estava dando aula na semana passada, encontrei uma imagem da pintura de Caspar David Friedrich, o que me fez lembrar do tempo em que cursava a Belas Artes, ainda no prédio da Emiliano Perneta, bons tempos aqueles. Mas enfim, ao encontrar esta imagem,

uma pintura realizada por este artista alemão, datada de 1823-24, lembrei de um trabalho de escultura que nós tínhamos que fazer. Deveríamos fazer uma escultura com placas, poderiam ser de metal, madeira, plástico, enfim não importava o material. Optei por placas de metal e iria então criar algo tendo como base um caleidoscópio. Estava então em casa "quebrando a cabeça" pra resolver aquela questão, arrependida de ter escolhido madeira como material. Era um dia frio e pensei "Ah, que vontade de largar tudo e fazer bolachas". Aí me veio uma ideia, "porque não faço uma escultura com placas de bolacha?" Não demorou muito e a casa se encheu do delicioso aroma de bolachas de mel com gengibre e especiarias. Recriei a tela "O mar de gelo" de Caspar David Friedrich em escultura de placas de bolacha, placas de açúcar derretido e suspiro. Agora sim, um trabalho que era uma extensão de mim mesma, que falava da cultura com a qual estou mais familiarizada. No final é isso, a obra de um artista é só uma extensão dele mesmo. Ah! e a turma provou e aprovou a escultura também.



sábado, 10 de outubro de 2015

Imensa Alegria

Se pintar não fosse tão complicado, não seria tão divertido. Edgar Degas

Ser complicado não é desafio suficiente para esta turma que sabe pintar e pintar muito bem. Hoje é dia deles. Fiquei tão feliz com o resultado dos meus alunos, que preparei uma exposição. Comemoramos a abertura com um delicioso almoço no Restaurante Doce de Cidra, (rua Cândido Xavier 521) onde se encontra a exposição. A exposição ficará lá durante este mês de outubro. Os artistas:
  • Ana Julia Toporoski
  • Gabriela Wieler
  • Helena Stroparo Costa
  • Kael Andreas Pauls
  • Laura Lowen
  • Rubia Miriam Koch




Flores entre as flores, Ana Julia, Gabriela e Laura comigo na janela do Restaurante Doce de Cidra.





















Artista: Ana Julia Toporosky
Obra: Paisagem de neve
Dimensão: 20 x 30
Técnica: Óleo sobre tela



Artista: Gabriela Wieler
Obra: Cachoeira
Dimensão: 30 x 40
Técnica: Óleo sobre tela









Artista: Laura Lowen
Obra: Paisagem com riacho
Dimensão: 30 x 40
Técnica: Óleo sobre tela




Artista: Helena Stroparo Costa
Obra: Campo com flores
Dimensão: 20 x 30

Técnica: Óleo sobre tela



Ao fundo a tela da Rúbia.
Artista: Rubia Miriam Koch
Obra: Flamingo
Dimensão: 30 x 40
Técnica: Óleo sobre tela


Familiares prestigiando os artistas. Ao fundo a tela do Kael.
Artista: Kael Andreas Pauls
Obra: O Tigre
Dimensão: 50 x 70
Técnica: Óleo sobre tela












sábado, 3 de outubro de 2015

Nem tudo está perdido

Depois de uma manhã pintando em companhia dos colegas dos Croquis Urbanos Curitiba ao redor do lago da Universidade Positivo, algo deu errado. Perdi minha tela, isso mesmo, consegui perder a tela que havia terminado de pintar. Como assim? Então, no dia 13 de setembro, uma manhã bem gelada em Curitiba fomos convidados a retratar o Templo da Paz, pequena capela projetada por Manoel Coelho que fica "boiando" sobre o lago da Universidade. Achei que a estrutura da capela ficaria esquisita em uma pintura a óleo, assim resolvi retratar a cena ao redor do lago. Fiquei bem feliz por ter conseguido terminar a tela em duas horas, pinceladas fragmentadas em uma tela quase monocromática. Após duas horas de trabalho, todos admiramos o trabalho dos colegas. Tivemos neste dia a presença do próprio arquiteto Manoel Coelho entre nós, tiramos fotos, foram sorteados livros e então fomos embora novamente. Juntei as "tralhas"; cadeira, bolsa, maleta de tinta, tela, óculos e fui pro carro. Deixei a tela em cima do carro enquanto ia guardando o restante das coisas e adivinha? Claro, esqueci a tela lá, (quem me conhece, nem estranha). Bem, esta tela, juntamente com os croquis de todos envolvidos, era para ser exposta na própria Universidade, assim decidi pintar outra, mas como não voltaria para o local, desta vez foi de uma fotografia mesmo. Usei então uma imagem do fotógrafo Valmir Singh onde retratei a antiga pintura em uma nova pintura. Amei o resultado e fiquei feliz por não ter desistido.



Aqui está a segunda tela finalizada e a estrutura do Templo da Paz se encaixou bem na cena, eu achei. óleo sobre tela. 20 x 30.













A primeira tela, inclusive assinada, espero que aquele que tenha a achado, goste. Foto de Valmir Singh.















Uma visão geral do lago e do campus da Universidade Positivo. Foto de Valmir Sing.













Os participantes do encontro 133 dos Croquis Urbanos Curitiba. Foto de Regina Oleski.