terça-feira, 20 de setembro de 2016

Qualquer semelhança não é mera coincidência





A segunda imagem é bem conhecida, o portão do Passeio Público de Curitiba. O curioso é saber que este portão é praticamente a cópia de outro portão, este localizado nos arredores de Paris, e que este é o portão de entrada para o Cemitério de Cães daquele local. 
O portão em estilo francês, que mostra a entrada principal deste parque central de Curitiba desde 1913, é apenas uma das curiosidades que o Passeio Público de Curitiba nos apresenta. Há 100 anos atrás este era um ponto de encontro bem requisitado para as tardes de domingo. Época em que não havia cinemas nem shoppings ou outras das muitas atividades que hoje nos ocupam, assim sendo as pessoas socializavam em passeios....


Há no Passei Público uma "ilha" chamada Ilha dos Amores e uma ponte chamada Molha Canela.



Recentemente até um casamento foi celebrado lá, de um ex-morador de rua e uma moça que cantava naquele local, história bonita......Poderia continuar contando aqui várias curiosidades, mas o que me levou a postar algo sobre este parque é que estive lá no domingo juntamente com outros desenhistas, pintores, aquarelistas e fotógrafos que se encontram todos os domingos. Juntos formamos um grupo aberto, chamado Croquis Urbanos - Curitiba. Qualquer interessado nestas artes, está convidado a se juntar ao grupo e se arriscar com tintas, papéis, canetas...



A ponte me inspirou. (foto de Washington Takeuchi)



Ao final do encontro não pode faltar a foto oficial, esta bem curitibana, com bastante verde ao redor. (foto de Washington Takeuchi)


E este foi o resultado. O desafio do plein air para mim é sempre o tempo limitado e a rápida mudança de luz para a técnica de óleo sobre tela. Mas valeu, é sempre um aprendizado. (foto de Washington Takeuchi)








segunda-feira, 4 de abril de 2016

De repente

E de repente tudo muda.... e não dá nem mais para atualizar o blog. Aconteceu assim. Em novembro de 2015 recebi um e-mail da Maira, colega de Belas Artes, no qual se apresentava uma vaga para professora de artes no Colégio Suíço brasileiro. Um pré requisito que limitava bem o número de candidatos, é que o professor deveria falar alemão. Assim meio sem querer, mandei meu currículo. Me chamaram para uma entrevista, depois para uma aula experimental e enfim, estou dando aula, muitas aulas. Estava muitos anos longe das salas de aula, mas sabe como é, é como andar de bicicleta, ser professora está no sangue, simplesmente amo ensinar. Logo, a minha pintura está tendo que esperar um pouco. Agora é tempo de mostrar o que meus alunos estão fazendo.




O quarto ano aprendeu como os animais foram representados em pinturas, esculturas e colagens e um dos trabalhos que fizeram foi uma escultura de um bicho em argila, que cobriram com "grama", simulando uma topiaria.



O quinto ano aprendeu sobre Wassily Kandinsky e usou muita cor em pinturas abstratas.


Entre outras coisas também pintamos ovos. 



Esculturas de frutas em argila, que foram devidamente pintadas.


 

O nono ano aprendeu perspectiva e depois aplicou o desenho em uma escultura.



A sala de aula foi invadida por letras e.... ah sim! brilho, muito brilho.


O ensino médio aprendeu a importância do valor tonal na pintura.




E como o melhor sempre fica para o final, a última aula de sexta vai para........o último ano do ensino médio. Olha a carinha de entusiasmo deles. Brincadeirinha, eles estão compenetrados em uma leitura.







terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Como em Toy Story

Com certeza não fui a única criança que acreditava que os brinquedos tinham vida própria, e olha que eu fui criança bem antes dos filmes Toy Story. Me lembro bem de arrumar os brinquedos a noite e dizer pra eles "sei direitinho em que posição deixei cada um de vocês, portanto..... se vocês não estiverem no mesmo lugar pela manhã, sei que vocês estiveram brincando por conta própria." Ainda bem que eu não tinha demais brinquedos pois tentava ser justa e brincar com todos, não queria que nenhum ficasse magoado. Sim mas o que isso tem a ver com a pintura? Ainda bem que sei que não é bem assim senão como ficariam as telas que estão no cavalete esperado que as termine? Já comentei que uma das perguntas mais frequentes que ouço, é "quanto tempo você levou para pintar esta tela?" As vezes é necessário um tempo de observação entre a pintura de uma camada e outra. Aqui estão algumas que telas que pretendo terminar em breve.  


Esta tela já está a um ano esperando que eu me dedique a ela novamente, falta pouco, uma sombra aqui e outra ali, só algumas horas de dedicação.



Esta é uma tela 20 x 30 que comecei juntamente com o Grupo Croquis Urbanos e a qual também preciso dedicar mais um tempinho. Aquela nuvem estranha não está ajudando em nada na composição, vai sumir com certeza e o primeiro plano também precisa ser um pouco destacado. Mas a água está pronta...já é alguma coisa.



Esta também é 20 x 30 e também comecei junto com o Grupo Croquis Urbanos. Não bastasse toda a perspectiva envolvida na parede e prateleiras, ainda há o reflexo de um outro prédio na vitrine. Desafiador, mas eu chego lá.



Pois é, estou tentando fazer um auto retrato, mas este também já está encostado a um tempinho. Tudo bem, um dia consigo terminar...o importante é persistir e organizar as prioridades. E telas, não se preocupem, na parede ou no cavalete, nenhuma está esquecida.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Não aprendi a dizer adeus

Vamos de trás pra frente. Preparando este post sobre Natureza Morta e minhas tentativas neste estilo de pintura, fui levada a lembrança de uma mestra, uma inesquecível mestra, de quem tive a grande sorte de ser aluna. Mulher generosa, a professora Lígia Beatriz Nocera era muito admirada por suas telas; costuradas, bordadas com lembranças, com paninhos de renda, com colheres de prata, com peixes servidos em baixelas de porcelana. Em suas telas contava sua história através de louças e cores. Amava a pintura e transmitia essa paixão. Abria sua casa para os alunos e ainda de quebra preparava um bolo com chá. Se pinto hoje um pouco da minha louça e das cores e luzes que cercam a minha mesa, se conto um pouco da minha história nas telas de Natureza Morta, devo muito a Lígia. Pensei que nos veríamos novamente....não estava pronta para dizer adeus.






Lígia, no canto inferior direito.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

E 2015 se foi......

Que ano, ufa! Acabou.... na verdade acabou só mais um dia, amanhã começa tudo de novo, mas já que convencionamos no calendário gregoriano, que no dia 31 de dezembro acaba um ciclo que chamamos de ano e que no dia 1º de janeiro começa um novo ciclo, então vamos aproveitar e olhar para trás e aprender com o que passou. Podemos tentar melhorar o que for possível. Talvez até tomar aquela decisão pela décima vez e dizer: "Dessa vez vai", mas ..... por que não fechar o ano de 2015 com chave de ouro? Enquanto alguns se enfiavam em longas filas, seja no caminho para o litoral ou no caixa do supermercado, aproveitei o último dia do ano em ótima companhia para desenhar, aquarelar e curtir um belo parque curitibano, o Parque Tanguá.



Acampamos de baixo de uma sombra fresca e começamos. Elenita que aproveitou para ler, Ana minha norinha, toda equipada para fazer uma ilustração em aquarela, Rúbia, irmã da Ana que neste ano foi minha aluna usando suas aquarelas novinhas e eu, que geralmente pinto com tinta a óleo hoje me arrisquei na aquarela também.





Coisas de Curitiba. Um carro elétrico da guarda municipal rondando pelo parque. Um tanto quanto inusitado, mereceu uma foto.




  Depois de algumas horas pintando, conversando, ouvindo música e claro, também fizemos um pique-nique, voltamos.



Aquarela da Ana. Amei a moça tirando uma selfie na passarela e o patinho na lagoa, que de fato estava lá. 



2015 se foi, 2016 está aqui, Na verdade nada mais é do que um dia que segue o outro. Não sei quanto a você, mas que eu quero viver cada dia com toda intensidade possível. Que seja bom para todos.
















quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Só uma gotinha no oceano

Sabe o ditado, "É melhor dar do que receber", é verdade não é? E as vezes um gesto pequeno de uma parte representa muito para quem recebe. AMAS - "Associação Menonita de Assistência Social" é uma entidade beneficente que através do trabalho realizado nas seis creches muda a realidade das crianças e famílias envolvidas. Atende aproximadamente 1.000 crianças e conta com a ajuda de outras mil pessoas talvez. De perto e de longe tem mãos que se dispõem a mudar a realidade das vidas envolvidas na AMAS. Algumas senhoras organizam bazares, outras costuram roupas para as crianças, tem outros que disponibilizam seu tempo para ouvir e aconselhar as vezes as crianças e as vezes familiares. Há aqueles que se reúnem no conselho administrativo para manter todas as contas em ordem e ainda outros de longe, de diversos países apadrinham alguma criança. Muitas e muitas pessoas já se envolveram com este trabalho e recentemente foi realizado um momento comemorativo pelos 45 anos de existência deste projeto. Para tanto fui convidada a fazer um desenho que representasse este momento. O desenho foi impresso em placas de cerâmica e presentado a várias pessoas que se envolveram nestes 45 anos. Minha ajuda foi só uma gotinha neste oceano de bondade, mas fiquei feliz em poder ajudar. Para conhecer mais sobre este projeto, por favor acesse:  http://www.amasbrasil.org.br/


Assim ficou o resultado final. Fiz um desenho a grafite em papel e posteriormente este foi impresso e emoldurado. As crianças em primeiro plano representam a razão deste trabalho, a casa é a imagem da primeira creche que está localizada em Palmeira e a árvore é um pinheiro, o que simboliza o estado do Paraná onde se encontram as seis creches.




Aqui alguns dos fundadores, agora já com cabelos brancos mas com o mesmo amor pela causa que tinham a 45 anos atrás. Outros são os que estão na liderança agora.










Esta é a brava gente de uma das creches. AMAS _ SERVIR COM O AMOR DE CRISTO.






sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Caiu a Ficha

Um domingo desses fui visitar o MON, Museu Oscar Niemayer. Queria ver principalmente a Bienal. Encontrei lá uma amiga, a Nadiane, formada como designer de produtos. Dias depois estávamos conversando e aí surgiu o assunto Bienal. Comentei que havia ficado um tempão na fila para ver uma determinada obra. "E aí, o que você achou"? me perguntou a Nadiane. "Humm, achei que aquela obra está mais para experiência científica do que para obra de arte". "Ah! eu gostei,  entendo que hoje as pessoas não querem mais somente ficar observando uma obra de arte, querem fazer parte dela." Sabe quando cai a ficha? Então, a minha ficha caiu. Entendi então o que acontece quando vou pintar ao ar livre no Parque Barigui. Frequentemente ouço a pergunta. "Posso tirar uma foto?" Achei estranho mesmo quando vi um rapaz fazendo uma selfie comigo ao fundo, me achei meio com cara de atração turística. Mas deixando isto de lado, recebi tantos elogios, pessoas me dizendo que o dia delas foi diferente simplesmente por ter visto uma cena tão inusitada. Outros dizendo que parece que entraram em um filme  e ainda outras parando para conversar simplesmente. E aqui estão fotos de pessoas que passaram por lá e registraram.




Então, quem sai ganhando mais? Eu me sinto super feliz por ser reconhecida.






Na foto até parece que estou sozinha,  que tenho todo o parque só pra mim. Só parece, de repente ouço um "com licença, posso tirar uma foto?" (foto de Marlyn Tows)




Aqui conheci uma senhora que canta ópera e no momento ela estava me mostrando um vídeo de celular onde ela estava cantando. Amo música e saí ganhando novamente. (Foto de Marlyn Tows e foto abaixo de Thais Amorim.)



Sim,  agora entendi o que acontece, as pessoas que me veem pintando tão de bem com a vida, se sentem parte da obra. Elas melhoram o meu dia e eu melhoro o dia delas. Tudo de bom.