quinta-feira, 23 de julho de 2015

Um Domingo no Parque

Estava ali sentadinha, quatro e pouco de uma ensolarada tarde de domingo. Inverno, Curitiba, o sol deu as caras e muitas pessoas tiveram a mesma ideia. Apreciando o ar fresco sinto o cheiro mais típico de um domingo no parque, algodão doce. Tento não me distrair demais, afinal só tenho uma hora para fazer um sketch de alguma cena do Jardim Botânico. Mal começo a pintura e já se aglomeram algumas pessoas ao meu redor e uma turminha agitada de crianças. "-Posso pintar também tia?  -Pode. Pinta aqui no tronco. -Eu também quero! -Calma, é melhor vocês buscarem um papel pois não tenho outra tela." Aí elas voltam com papel, como não tenho outra palheta pego uma tampinha do godê e coloco ali dentro uma cor, vermelho da corfix, explico que somente poderão usar esta cor e pra tomarem muito cuidado pois esta tinta não sai se manchar a roupa. Tento continuar minha pintura. De repente ao olhar para o lado vejo elas pintando com azul. "-Azul meninas? -É tia." Olhando para minha maleta meio bagunçada pergunto: "-Mas qual azul vocês pegaram? -Esse aqui." E me mostram a tinta Windsor & Newton. É faz parte de pintar no parque....


Quase na hora de voltar para casa, mas não sem antes tirar uma foto. Cada um que participou leva um cantinho do parque na memória e no papel. Foto de Iricelma Medina.









Compartilhando os trabalhos. Não importa o suporte e nem a técnica, o que importa é amar o que faz, o resto é consequência.
Foto de Francisca Cury.



















Tela em andamento, tentando me concentrar enquanto.... Foto de Iricelma Medina





















...as crianças brincam e pintam e tagarelam. Aqui em companhia de outro talentoso pintor, Dulcídio Fernandes. Foto de Danielle Neves.



























segunda-feira, 20 de julho de 2015

20 minutos

Já percebeu como agora na TV tem programas voltados pra culinária? É  Guerra dos Cupcakes, é programa com crianças cozinhando outro sobre Foodtrucks, outro sobre comidas esquisitas pelo mundo  e assim vai. Conversando a respeito desta comilança toda e comentando sobre a falta de programas voltados pra outras áreas como as artes, por exemplo, fiquei sabendo que em São Paulo acontece um tipo de reality show chamado ART BATTLE.  Neste evento, 16 artistas ficam pintando durante 20 minutos enquanto um público de aproximadamente 400 pessoas os observa e no final vota no que mais gostou e ainda podem comprar os quadros no final. Amei a ideia e vou copiar aqui uma frase que ouvi sobre o evento, de um dos organizadores, "tem muitos artistas que vivem pra arte, mas ainda não conseguem viver dela." Um evento desses com certeza ajuda.


Os artistas no centro pintando enquanto o público os observa. O desafio maior é o tempo, 20 minutos.






















segunda-feira, 13 de julho de 2015

Antes e Depois

Talvez o que você esteja vendo ao olhar para uma pintura não seja exatamente o que o autor gostaria que você visse. Muitas obras de arte antigas não conservam as cores originais. Isto pode ocorrer por alguns motivos. Após a pintura ter sido concluída costumava-se passar um verniz para proteger a obra. Este verniz pode amarelar alterando assim as cores. Outras vezes foi apenas a sujeira de anos que se acumulou. Mas um meticuloso trabalho de restauro pode devolver as cores originais o obra. Selecionei aqui algumas imagens que mostram obras antes e depois de serem restauradas.


Obra de Rafael da época do Renascimento italiano. Leia Mais:http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,obra-prima-de-rafael-e-exibida-apos-10-anos-de-restauracao,265859Leia Mais:http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,obra-prima-de-rafael-e-exibida-apos-10-anos-de-restauracao,265859Leia Mais:http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,obra-prima-de-rafael-e-exibida-apos-10-anos-de-restauracao,265859Rafael que viveu entre 1483 e 1520, pintou este quadro por volta de 1506 como presente de casamento. "A virgem e o pintassilgo" representa Maria com duas crianças, uma Jesus Cristo e a outra João Batista.

















A obra que sofreu todo tipo de avaria, passou por uma restauração de 10 anos.
Agora pode-se ver os tons de azul do céu aparecendo e a o riacho passando ao fundo desta paisagem toscana. As faces da Madona voltaram a ser rosadas e o vestido de um vermelho intenso trás o destaque devido. Atualmente encontra-se na Galleria degli Uffizi na Florença.



Se o antes e depois da primeira obra já é impressionante, a que mostro a seguir é ainda mais.


"Os pescadores" do pintor francês Claude-Joseph Vernet. Pintura do século XVIII antes do restauro.















Agora sim a paisagem mostra o entardecer com uma luz rosada que domina toda a paisagem. Pode-se até ver os pássaros voando e a história se desenvolvendo no primeiro plano.











A restauração mais impressionante do meu ponto de vista é a da Capela Sistina situada no Vaticano. Sua decoração em afrescos, pintada pelos maiores artistas da Renascença, incluindo Michelangelo, Rafael, Bernini e Sandro Botticelli foi realizada nos anos de 1477- 1480.









Detalhe da Pintura da Capela que passou por diversos restauros, mas o mais significativo foi o que começou em 1980 e foi concluído em 1999. A remoção da sujeira fez aparecer as cores vibrantes.






"A Criação" de Michelangelo, pintado no centro do teto da capela antes do restauro.









A mesma imagem após o restauro. Esta restauração mais recente teve um efeito profundo sobre os amantes da arte e historiadores, quando cores e detalhes que não tinham sido vistos por séculos foram descobertos.stadão All Digital + Impresso todos os dias Diz-se que todos     Diz-se 
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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Unidade na diversidade

Unidade na diversidade. Estas são palavras que preciso colocar em prática em minhas pinturas. Participei de um curso de pintura com Alexandre Reider este final de semana. Artista paulistano que admiro e que esteve aqui em Curitiba na Pigmento Academia de Arte.


Esta é uma tela do mestre, Alexandre Reider. O que me chama atenção é a sensação de profundidade



A questão da atmosfera é algo que me agrada muito nas obras de Alexandre Reider. O desafio agora e transportar isto para as pinturas que farei daqui pra frente. Sabe quando uma pessoa sabe ensinar e não esconde nada? Assim foi este final de semana com este mestre. A admiração só cresceu.


O professor me ensinando a sair do óbvio, a dar mais sentido as pinceladas.











Sketch realizado no curso com pinceladas certeiras do mestre. Tamanho 18 x 24. Óleo sobre tela.

terça-feira, 30 de junho de 2015

Casa Cor SP 2015

Interessante essa coisa de morar. Como investimos tempo e dinheiro em criar um ambiente que nos faça sentir bem, relaxar e desfrutar a vida simplesmente estando em casa. Dizem que a gente viaja o mundo só pra descobrir que o melhor é voltar pra casa. Gosto de visitar a Casa Cor, ver o que há de novo e o que, como dizia a minha vó "quando a tigela está cheia, a gente derruba tudo fora e começa de novo" está sendo recriado. Ainda não vistei a de Curitiba, mas dei uma olhada na de São Paulo e me alegrei ao ver as paredes novamente sustentando quadros. A alguns anos parecia que só havia lugar para papel de parede ou outros tantos revestimentos. Com um olhar sobre o jeito brasileiro de viver achei esta edição da Casa Cor SP bem acolhedora. 



Alguns quadros que estão na parede dos fundos são na verdade molduras para livros. Você pode remover o vidro, abrir o livro em outra página, recolocar o vidro e assim terá uma nova gravura na parede. Genial. Ambiente decorado por Bruno Gap.






Obras de arte de artistas renomados e anônimos integram os espaços de maneira suave a elegante. Ambiente projetado pela decoradora Myrna Porcaro.







Fotografias também aparecem em vários ambientes. Esta de Araquém Alcântara no ambiente decorado por Dado Castello Branco.
















Em breve visitarei a Casa Cor Paraná. Espero encontrar por aqui paredes tão agradáveis como as que mostrei acima.


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Manhã gelada.

Nesta manhã de solstício de inverno, gelada sem sol, bem curitibana, já cedinho fui ao Parque Barigui junto com mais alguns corajosos retratar este dia com tintas, telas e pincéis. Chegando lá vi muitos outros corajosos que usam o parque como cenário para corridas, caminhadas, passeios com o cachorro, vi também ciclistas e ginastas. Aí me dei conta mais uma vez de como gosto mesmo de pintura e de arte. A mesma adrenalina, o mesmo bem estar que aqueles sentem ao praticar esporte eu sinto ao ver um pedaço de pano branco se transformar em algo vivo e único. Se me convidassem para correr eu não o faria, mas para pintar, não consigo recusar e melhor ainda quando é em grupo, como foi o caso neste domingo onde pintei em companhia de mais alguns corajosos amantes da arte. Obrigada pelo convite Sociedade de Aquerelistas do Paraná.



João Paulo e Dante Mendonça.

















Sandra Kuniwake e Francis Iwamura.


















Thiago Bueno Salcedo.


















E muitos curitibanos curtindo esta manhã gelada do jeito que mais gostam.












E aqui está o que consegui realizar em uma hora e meia, mais alguns detalhes e consigo terminar. Creio que voltarei muitas vezes ainda para pintar estas imagens refletidas.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Um Castelo e um Farol

Para que um farol em Curitiba? Uma cidade situada a 120 quilômetros do mar? A resposta não sei ao certo, mas sei que hoje visitei um lindo farol escondido dentro de um castelo de conto de fadas. Do farol podia ver passarinho, tubarão e um jardim. Descendo as escadas passei pelo Egito, vi uma tourada, um casamento e até o Cristo Redentor. Já vou explicar. Hoje foi dia de visitar um Museu com meus alunos de pintura, ou quase um Museu. Escolhi este ano visitar um canto de Curitiba que muitos nem conhecem, as pinturas de Miguel Bakun que ficam no Sótão do castelo do Batel. 




Ana Julia, Laura, Kael, Rúbia, Helena, Leonardo e Jordan dentro do Castelo.























Detalhe da Sala Dourada.
























Vitral representando as Cataratas do Iguaçu.
















O Castelo do Batel do lado de fora. Pertencente a família Lupion.















Uma pequena parte do grande sótão que tem as paredes recobertas pelas pinturas de Miguel Bakun. Pintor paranaense que foi também influenciado pelas pinturas de Vincent Van Gogh.











Bem no alto, a torre é toda pintada como se estivéssemos dentro de um farol. Como não é permitido fotografar reproduzi fotos que encontrei na internet na página "paraná online."










Para conhecer um pouco mais....